quarta-feira, 26 de março de 2014

Alma escorpiana.

Em apresentação vigorosa, Uli Roth passa por sucessos do Scorpions e mostra porque pode ser considerado um dos maiores guitarrista da cena hard rock.

A novas gerações, fãs de hard rock e heavy metal, podem não ter ideia de quem é Uli Jon Roth (ou Ulrich Roth, como era conhecido na época de Scorpions), mas os fãs mais antigos deram um verdadeiro vacilo ao perder uma das grandes apresentações programadas para a cidade. O show programado para as 19:30 começou com um pequeno atraso, em torno de 30 min, com Uli acompanhado de Jamie Little (bateria), Niklas Turmann (guitarra/vocal), Paul Rahme (teclado) e Ule Ritgen (baixo), trazendo a excelente "All Night Long". 
A faixa dava a pista do que seria a noite, uma passagem por músicas presentes nos quatro álbuns do Scorpions que Roth participu. O ambiente, apesar de pouco público, era constituído por fãs do grupo alemão e assim as músicas eram acompanhadas com bastante emoção e vigor pelos presentes. Antes de continuar falando sobre a noite, preciso comentar algo bem pessoal. Os dois primeiros álbuns do grupo Scorpions que ouvi foram "Love at first sting" e "Lovedrive", causando um impacto nos meus ouvidos que sempre me deixaram fascinado pelo quinteto alemão. Apesar do poder desses álbuns quando ouvi pela primeira vez o álbum "Tokyo Tapes" os solos vindos da guitarra de Roth era hipnotizantes. A sensação de ouvir ao vivo "All Night Long" foi indescritível. Detalhe, essa foi apenas a primeira música. No embalo são executadas: "Longing For Fire" e "Crying Days", antes de trazer "Catch Your Train", que mostra uma banda em sintonia com Roth. 
A sintonia é tão grande que uma coisa bem interessante precisa ser mencionada, a "ordem" das faixas a serem executadas durante o show eram dadas pelo experimente Jamie Little. Se Little comanda a ordem e as baquetas, Niklas Turmann fica bem no papel de vocalista/guitarra base e as vezes até solando junto com Roth. Se o papel de Paul Rahme é um tanto tímido isso não se pode dizer do baixista Ule Ritgen, que com técnica e muito "feeling" mostra que não estava ali apenas para preencher o palco. Você que lê essas linhas deve perguntar: e Roth? PERFEITO. Outra palavra não define cada solo e acorde feito pelo músico alemão. Com uma técnica de deixar muitos guitarristas da nova geração no chinelo, ele consegue levar o público ao delírio. Os solos em "Sun In My Hand", "The Sails Of Charon" e "We'll Burn The Sky" mostram como faixas da década de 70 ainda são bem atuais. A metade do show chega com a música "Fly To The Rainbow", que abre o primeiro álbum do Scorpions com Roth na guitarra solo, seguida de uma das grande músicas da banda alemã: "In Trance". 
Além da bela música que é, a faixa permite que Roth mostre toda técnica que possui. O público ainda é premiado antes do bis com as faixas: "I've Got To Be Free", presente no álbum Taken by Force e que teve o refrão cantado pelo pequeno público presente, "Top Of The Bill", que merecia um solo de Little, "Pictured Life", do excelente Virgin Killer,  e para finalizar com uma das melhores faixas, na minha opinião, do grupo alemão: "Dark Lady", que contou com a presença de Roth nos vocais. Se o show é recheado por faixas do Scorpions, o bis trouxe a grande influência de Roth para fechar a noite e Jimi Hendrix é lembrado nas músicas "All Along The Watchtower" e "Little Wing". Um dos melhores shows que já passaram pela cidade e que merecia um melhor público.  

Setlist
01. All Night Long (Scorpions)
02. Longing For Fire (Scorpions)
03. Crying Days (Scorpions)
04. Catch Your Train (Scorpions)
05. Sun In My Hand (Scorpions)
06. The Sails Of Charon (Scorpions)
07. We'll Burn The Sky (Scorpions)
08. Fly To The Rainbow (Scorpions)
09. In Trance (Scorpions)
10. I've Got To Be Free (Scorpions)
11. Top Of The Bill (Scorpions)
12. Pictured Life (Scorpions)
13. Dark Lady (Scorpions)
Bis
14. All Along The Watchtower (cover de Bob Dylan/Jimi Hendrix)
15. Little Wing (cover de Jimi Hendrix)

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